DOMINGOU... COM CIÊNCIAS CRIMINAIS
POR QUE DEVORAR MAKING A MURDERER? pt II
Introdução à 2ª temporada
Boa noite.
Hoje, volto a uma das pautas prometidas por um dos textos anteriores e que estou prometendo faz um tempo.
Irei retomar o tema de Making a Murderer, que tanto comentei aqui, neste blog.
Agora, o foco é a 2ª temporada.
Como o propósito deste blog é fazer um exame jurídico-penal do programa, é preciso levar em consideração alguns fatores primordiais.
1. Não se trata de um seriado de ficção, mas sim um documentário, portanto, ele trabalha com casos reais, pessoas reais, problemas e dramas reais, de forma nua e crua.
2. Esta temporada não pode ser entendida como a continuação da anterior, mas sim como a 2ª parte de uma grande história que ainda não terminou.
3. Pode-se assistir, perfeitamente, a esta temporada sem ter visto a primeira antes, porém, a percepção ficará incompleta a respeito da complexidade do todo.
Na 1ª temporada, acompanhamos o julgamento de Steven Avery e seu sobrinho Brendan Dassey, acusados e condenados pela morte de Teresa Halbach.
A temporada constituiu-se de uma inteligente montagem de filmagens dos dias do julgamento, de vídeos feitos pelos defensores dos acusados e de reportagens de jornal.
O documentário estreou em 2015, mas o julgamento ocorreu em 2007, portanto são quase 10 anos de arqueologia atrás do material original, entrevistas com os envolvidos e toda a burocracia.
A 2ª temporada, por sua vez, teve mais "sorte".
A temporada constituiu-se de uma inteligente montagem de filmagens dos dias do julgamento, de vídeos feitos pelos defensores dos acusados e de reportagens de jornal.
O documentário estreou em 2015, mas o julgamento ocorreu em 2007, portanto são quase 10 anos de arqueologia atrás do material original, entrevistas com os envolvidos e toda a burocracia.
A 2ª temporada, por sua vez, teve mais "sorte".
Ela estreou ano passado, em 2018 e pôde acompanhar, quando de sua confecção, diretamente, os desdobramentos do caso, envolvendo ambos os personagens principais.
E é nesse tratamento especial e individual do destino específico de Steven e de Brendan que reside os principais elogios desta temporada.
Entretanto, cada um deles será objeto de um texto próprio, pois pretendo fazer uma breve explicação jurídica do que ocorreu em cada uma das histórias.
Em âmbito jurídico, são fascinantes os caminhos trilhados por cada um dos acusados, já que, embora tenham sido denunciados e condenados pelo mesmo crime, seus julgamentos foram completamente diferentes entre si, o que rende elevados debates em âmbito processual.
O leigo pode até compreender o que ocorreu, mas um profissional do Direito, especialmente do direito penal e, mais especialmente, um processualista penal, verá que cada passo desse julgamento, e ele como um todo, não é brincadeira de criança, isto é, amadores, turistas e aventureiros não deveriam se aproximar desse problema.
O leigo pode até compreender o que ocorreu, mas um profissional do Direito, especialmente do direito penal e, mais especialmente, um processualista penal, verá que cada passo desse julgamento, e ele como um todo, não é brincadeira de criança, isto é, amadores, turistas e aventureiros não deveriam se aproximar desse problema.
Por isso, desde já, peço desculpas se irei me estender demais nas próximas semanas fazendo uma análise apurada da 2ª temporada, com o uso de alguns termos técnicos.
Não é possível para um jurista criminal assistir Making a Murderer sem vê-lo com os óculos das ciências criminais, interpretando cada fato novo sob a ótica do direito.
Não é possível para um jurista criminal assistir Making a Murderer sem vê-lo com os óculos das ciências criminais, interpretando cada fato novo sob a ótica do direito.
Não é entretenimento puro e simples, mas sim um exercício avançado de teoria.
Hoje, é possível se acompanhar a "3ª temporada" diretamente pelo Google.
O caso não avançou muito depois do final desta temporada.
O caso não avançou muito depois do final desta temporada.
Esperemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário